Os cartazes do Marquinhos
Quem já subiu para o canto mais alto e boêmio da vila madalena, nos tempos idos, deve saber do que estamos falando. Num desfile aéreo de cartazes de filmes, capas de livros, fotos de artistas, anúncios de bolinho de bacalhau e cervejas na promoção, numa festa de cores e formatos, se destacavam eles, os cartazes de Marcos Benuthe, o Marquinhos. Lançamentos, notícias, encontros, festivais, tudo assinalado pelas cores e letras garrafais daquele que, vocês sabem, é um dos responsáveis pela vila madalena ser, ou ter sido, um dos pontos efervescentes da cultura em São Paulo.
Há quem confesse que não considerava o próprio livro lançado se o título não tivesse passado pela ponta da caneta piloto do Marquinhos.
Livros traduzidos, premiados, reconhecidos pela ABL (Academia Bêbada de Letras), primeiros títulos de escritores consagrados, tiveram lançamento delineado pela caligrafia do Marquinhos.
Para quem, como nós, sente falta destes cartazes acima da cabeça, publicamos aqui os cartazes que Marquinhos tem feito durante este período de quarentena para divulgar a terceira edição da RevistaRia, e para matar nossas saudades.
Se Millôr Fernandes disse que é preciso não confundir pôster com posterioridade, então vivamos!







foto: Jorge Filholini

Marcos Benuthe, o Marquinhos: cinéfilo, leitor inveterado, amante da boa música, grande amigo e inspiração para todas as horas. Já não bastasse, é formado em economia e foi responsável da Mercearia São Pedro enquanto polo de criação e encontros - recentemente reconhecida pela prefeitura de São Paulo como Patrimônio Cultural -, sempre agregando escritores, poetas, músicos, jornalistas e artistas num dos recantos mais boêmios da Vila Madalena. Em 2020, concebeu e fundou a RIA, a livraria que reúne os livros, muitas vezes raros, que sempre foram vendidos na Mercearia, mas agora de forma autônoma, organizada e a fim de selar novas parcerias.

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